Igreja Católica denuncia e confirma massacres em Cafunfo

A caça ao homem continua. Hoje, dia 10 de Fevereiro. Desgraçadamente. Não caçam de animais. É pior. Caçam seres humanos! É a caçada, quase o safari canibalesco do MPLA! Sim, do MPLA, partido que, desgloriosamente, (des)governa os povos de Angola, faz 45 anos, sob o poder das armas, fraude e batota.

E é graças às armas que, no Cafunfo, as águas do rio estão manchadas de sangue, o cheiro da pólvora continua no ar, as baionetas assassinas perfuram os corpos de cidadãos inocentes, cujo crime é ter gritado, desarmados por mais LIBERDADE, DIÁLOGO e COMIDA.

A corte de bajuladores e a comunicação social pública, propriedade privada e privativa do MPLA, continua a mentir e a incendiar a pradaria, sobre a realidade do Cafunfo, causando o aumento da indignação popular.

A Igreja Católica está cercada por agentes da Polícia e o cúmulo da bestialidade foi a ameaça da “governanta” paroquial de não mais regressar, se ousasse sair (10.02) para ir ao mercado comprar mantimentos para a casa paroquial do Cafunfo. ABERRAÇÃO SATÁNICA!

Uma das causas deste possível nervosismo policial pode estar aliada a um relatório sucinto da Comissão Paroquial de Justiça e Paz pelos Direitos Humanos do Cafunfo, da Igreja Católica, para a CEAST (Conferência Episcopal de Angola e São Tomé) que contraria o lamaçal putrefacto de mentiras, baseado na recolha de depoimentos de familiares e vítimas, dos massacres do 30 de Janeiro de 2021, aquando da manifestação do Movimento do Protectorado Lunda-Tchokwe, como se lê, no documento a que Folha 8 teve acesso.

“Antes da manifestação este Movimento enviou os documentos a todas instituições do governo a nível do Município que no dia 30 de Janeiro de 2021, fariam uma manifestação, isto é, sairiam à rua. Entretanto, no dia 24 de Janeiro do ano em curso, o senhor administrador Municipal, Quicango foi rezar na Igreja Evangélica dos Irmãos em Angola (IEIA) e, no fim do culto, deram-lhe a palavra para se dirigir aos crentes, a quem esclareceu que a estrada iria ser arranjada, acrescentando, depois, que sábado ninguém deveria sair a rua: ‘fiquem nas vossas casas’, não explicando porquê”, afirma o relatório.

Mais adiante, a Comissão de Justiça e Paz pelos Direitos Humanos, assevera: “Antes de chegar ao dia 30.01, data indicada para a manifestação, isto é, nos dias 27, 28 e 29 de Janeiro, a Polícia Nacional, FAA, e a Polícia da Guarda Fronteira juntas, começaram a busca secreta das pessoas nas suas casas (antes do dia 30 de Janeiro), no Bairro Elevação.

Abaixo os nomes que as famílias apresentaram:

1-André Zango, 2-Alberto Molengui, 3-Joaquim Caputu, 4-Nelson André, 5-Gonçalves Metela Txiutxico, 6-Rafael Muamuishi, 7-João Ipanga. 8-Norge Cayanva, 9-Soba Cabula, 10-Vicente Caulo.

Como se pode verificar estas foram as primeiras vítimas, feitas pela Polícia do MPLA que continua ainda hoje (10.02) a prender, espancar e matar, agora auxiliada com militantes confessos do partido no poder, nomeados autoridades tradicionais, que estão a instigar e a perseguir os cidadãos, que não sejam bajuladores no regime.

Os verdadeiros filhos e patriotas de Angola devem levantar-se e indignar-se contra esta barbárie, adoptada e que conta com a cumplicidade, principalmente, do Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, que já se deveria ter pronunciado, até como professor de Direito Constitucional, sobre a validade e a oportunidade de se abordar, à luz do Direito Internacional, o Tratado de Protectorado, assinado entre Portugal e o Reino Tchokwe, no século passado, bem como o secretário-geral da ONU, António Guterres, ante a barbárie cometida pelas autoridades, que deveriam sensibilizar a comunidade internacional, cúmplices pelo silêncio e omissão, dos crimes do Cafunfo, tendo ciência da motivação da maioria dos povos Lunda, votados ao abandono, à fome e à miséria.

E dentro deste quadro o relatório dos padres confirma a lista dos assassinados, nos dias 30 e 31.01, baseada nas provas “e recolha de informações dos familiares, que afirmam terem sido muitos apanhados e levados para lugares incertos, daí o medo das famílias, acreditarem poderem, os anteriormente presos nos dias 25.01, estar já, sem vida, o que aumentaria a lista das vítimas assassinadas que se segue:

“Emanuel Zango Zeca Muandjiji, Afonso Sacoca, António Avelino Bumba, Borge Justinho Muawanda, Txifutxi Tómas, André Txijongo, Mutunda Mambo, Raimundo Manuel, André Muene-Kapango, Borge Angelino, Castro Cassombo, Muyemba, Caxala, Wilson, Juca Avelino, Mucuenda T. Lusapishia, Júlio Elias, Muleba, David Mbalu Muamujina, Alfredo, Adacar Awilo Caila, José Cauambije, Sheta Eduardo, Nelson João Capoia, Suete”.

No entanto a Polícia apresentou somente 7 corpos, sendo que um morreu no Hospital Regional do Cafunfo.

O número de feridos cresce, também, diariamente, mas os confirmados, são de 18, no hospital de Cafunfo, mas dos 11 evacuados, para o Dundo, desapareceram 7 cidadãos, que ninguém sabe onde foram levados, com vida ou sem ela.

Silva Caita, David António, Eduardo Estevão, Angelino Mukche, Dinis Simba, Figueira Muamba, Joel Jami-Kuami, Jonasse Muafia, Julino Lázaro, Júlio Elias, João Txifutxi, Simão Muamuyeji, Toni Nóe, Fernando Evaristo, Marcos Muamba, Beto Zonó, Manuel Suete, Mauxilo Alexandre.

E, a lista de desaparecidos, até agora é a que se segue:

Adriano Arone, Moisés Ipatxi, Ramiro Cajiji, Aroma Upal, Henriques Muacatende, Sebastião Sambalanga.

E o relatório da Comissão Paroquial de Justiça e Paz pelos Direitos Humanos do Cafunfo, termina com uma indagação: “A fonte de informação disse que se o grupo da Manifestação tivesse intenção de atacar ou queimar a unidade da Esquadra Policial, deveriam primeiro, começar por atacar a Esquadra da Polícia Fiscal, mas o grupo avançou para a frente, na verdade se iam para investir contra a unidade policial o grupo teria estado na loja da UNITEL, por também estar perto da unidade. Por outro lado, também aqueles meios apresentados, são de bruxos que fazem magia de combate sim, mas a par de outros meios que foram tirados das casas de curandeiros que tratam as doenças tradicionais e as armas de fogo são dos próprios militares para tirarem vantagem de mil razões, por aquilo que fizeram nos massacres que ceifaram muitas vidas, para tentarem agora justificar, não serem condenados. A mentira acabará mas a verdade reinará”.

As mortes, os assassinatos os genocídios, sucedem-se e nada os impede de mais uma nova chacina, em função da cumplicidade da comunidade internacional, que tendo a garantia do petróleo, diamantes e outras riquezas está-se nas tintas para a vida de angolanos, africanos e subdesenvolvidos.

No Cafunfo, morre-se! As forças policiais e militares mantém a barbárie e as imagens que correm mundo não podem deixar ninguém em cima do muro. Zeca Mutchima, líder do Protectorado Lunda-Tchokwe, foi preso pelo SIC, ontem, dia 9, esperemos como será amanhã, 11 de Fevereiro.

Notícia em actualização

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2 Thoughts to “Igreja Católica denuncia e confirma massacres em Cafunfo”

  1. Observador

    Mas a igreja CATOLICA no trespassado nao denunciou a colonizacao , a igreja catolica foi CONIVENTE a colonizacao . A igreja Catolica (VATICANO) , DC (DISTRICTO DA COLUMBIA) e o Reino Unido sao eles e q madam o mundo . A denunciation deles e figurativo nao vale nada e floriado

  2. JOSÉ JONAS

    Eu sou um Tchokwe, que conhece muito bem a situação no leste de Angola. No Cafunfo, você não pode cavar uma fossa para retrete: Prisão, está garimpar diamantes. Você não deve atrasar a entrar na senzala: foi garimpar, vai para cadeia, enfim aquele é um inferno na terra. Os homens honestos, já deviam sentar para ver o que se pode fazer. Basta vermos que as notícias de Cafunfo sempre foram de tristezas, Se não são doenças, são massacres e levantamentos. Devemos sentar sim, alguma coisa não anda bem.

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